André Ayew (Olympique Marseille)

Já diz o ditado que “quem sai aos seus não degenera” e a família Ayew é um grande exemplo disso. Depois de uma carreira de sucesso da lenda ganesa Abedi Ayew Pelé, eleito três vezes consecutivas jogador africano do ano, os seus filhos André, Jordan e Ibrahim parecem destinados a triunfar também eles no desporto rei. Mas o mais curioso no meio de toda esta história familiar é que, apesar dos três terem dupla nacionalidade (ganesa e francesa), todos eles optaram por representar a selecção africana.

Jordan, o mais novo dos futebolistas, representa as escolas de formação do Olympique de Marselha e, com apenas 18 anos, já se estreou pelos seniores. Ibrahim, o mais velho, defende as cores do Zamalek e esteve presente na África do Sul. Contudo, parece que André é o mais talentoso e o que mais capacidades tem para alcançar grandes feitos individuais. As suas recentes prestações ao serviço das selecções do Gana são uma grande prova disso mesmo e, ao que tudo indica, poderá ser este o ano de afirmação do jovem ganês na montra europeia.

André Ayew iniciou a sua carreira aos dez anos pelas mãos do pai, quando este orientava os escalões jovens do Nania Accra FC. Dono de um excelente pé esquerdo, o jovem cedo despertou o interesse de grandes clubes europeus, transferindo-se, em 2005, para o Marselha. Não seria preciso esperar muito tempo para ver Ayew potencializar toda a sua qualidade, já que na sua primeira época ascenderia à equipa secundária, onde facturaria 11 golos. Esta excelente campanha fez com que Ayew assinasse o seu primeiro contrato profissional em Maio de 2007, sendo promovido oficialmente a sénior do clube dois anos depois da sua chegada a solo gaulês.



Nome: André Morgan Rami Ayew
Nascimento: 17/12/1989 (20 anos)
Naturalidade: Seclin - França
Altura: 176 cm
Peso: 74 kg
Posição: Médio-Ofensivo
Clube: Olympique Marseille - França
Nº Camisola: 20

Depois de integrar a equipa durante toda a pré-época 2007/2008, Ayew estreou-se oficialmente à 3ª jornada da Ligue 1 frente ao Valenciennes. O FC Porto também ficou ligado à ascensão da jovem estrela, já que foi no Estádio do Dragão que Ayew se estreou como titular, e logo na grande montra da Liga dos Campeões. Não obstante a derrota sofrida pela sua equipa (2-1), Ayew deixou boas indicações em campo, travando um interessante duelo com o lateral portista José Bosingwa e fazendo correr muita tinta nos mais variados jornais desportivos europeus.

Longe do típico jogador africano que se pauta pelo forte porte atlético e pela debilidade técnica, “Dede” Ayew não conseguiu corresponder às expectativas do técnico Eric Gerets e acabaria por ser cedido no início da temporada seguinte ao Lorient. No novo clube, Ayew voltou a desapontar e a não conseguir expor todo o seu potencial, terminando a temporada com apenas 3 golos e muitos minutos queimados no banco de suplentes.

Com a chegada de Didier Deschamps ao comando técnico do Olympique de Marselha, no início da temporada 2009/2010, Ayew ainda alimentou algumas esperanças de permanecer definitivamente no plantel principal, contudo voltou a ser emprestado. Desta vez, o Arles-Avignon, da segunda divisão francesa, foi o seu destino, num protocolo que visava dar mais minutos e mais maturidade ao ganês. A época acabou por ser bastante positiva para o jovem, que terminaria a prova com um saldo de 4 golos, 3 assistências e 13 jogos completos.

Mas foi com as cores das selecções ganesas que André Ayew demonstrou toda a sua qualidade e espírito de liderança. Capitaneando a selecção que marcou presença no Campeonato Juvenil Africano e no Campeonato do Mundo Sub-20, ambos em 2009, Ayew afirmou-se como uma das grandes estrelas mundiais da sua idade, contribuindo (e muito) para que a sua equipa saísse vencedora nas duas competições.

Na selecção principal, estreou-se a 21 de Agosto de 2007, num amigável frente ao Senegal, e mais tarde seria convocado para a Taça das Nações Africanas (CAN) 2008. As excelentes conquistas da formação sub-20 fizeram com que o seleccionador Milovan Rajevac rejuvenescesse a selecção principal na CAN 2010 e convocasse vários jovens em detrimento de algumas estrelas como Sulley Muntari e Stephen Appiah. A convocatória gerou bastantes críticas, mas a verdade é que Ayew e companhia corresponderiam com um excelente 2º lugar.

Vídeo:

O Mundial 2010 serviu para que André Ayew e a selecção do Gana brilhassem nos palcos sul-africanos. Se a nível colectivo as Estrelas Negras caíram aos pés do Uruguai nos quartos-de-final, num dos mais épicos jogos de sempre e apenas decidido nos penaltys, a nível individual Ayew foi uma das grandes surpresas da prova, sendo presenteado como um dos três melhores jovens da prova, juntamente com Thomas Müller e Gio dos Santos. Sendo alvo de grande cobiça, o Marselha decidiu então brindar a jovem promessa com um contrato até Junho de 2014, salvaguardando a possibilidade de fazer um bom encaixe financeiro no futuro. A nova época de Ayew promete... e muito!

Pedro Nogueira
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