Karim Aït-Fana (Montpellier HSC)

Numa altura em que os diversos campeonatos europeus se aproximam da recta final, os clubes que ocupam os lugares cimeiros começam a consolidar-se como candidatos ao título, sendo que no meio de vários emblemas que anualmente têm como objectivo a conquista do troféu estão intrometidas algumas equipas surpresa. É assim em Portugal com o Braga; é assim na Alemanha com o Bayer Leverkusen; e é assim em França com o Montpellier.

Com salários e objectivos bem mais modestos que os demais “rivais”, estas equipas têm feito uma temporada verdadeiramente invejável, muito por força da grande forma de alguns jogadores vulgarmente rotulados de inexperientes, como é o caso de Karim Aït-Fana. O jovem que alinha no Montpellier tem feito uma época bastante boa e regular, sendo merecedor de inúmeros elogios por parte da imprensa mundial, entre os quais a comparação do seu estilo de jogo com o do seu compatriota Franck Ribéry.

Filho de emigrantes marroquinos, Aït-Fana nasceu na modesta cidade de Limoges, em França, e iniciou a sua carreira futebolística aos seis anos no local AS Saint-Louis Val. Aos 13 anos, o franco-marroquino mudou-se para o prestigiado centro de formação de Châteauroux, comparado por muitos à celebre academia de Clairefontaine, no qual aperfeiçoou o seu futebol durante duas temporadas. Durante esse período, o jovem ia actuando aos fins-de-semana pelo Limoges FC, sob forma de pôr em prática o que apreendia ao longo da semana.



Nome: Karim Aït-Fana
Nascimento: 25/02/1989 (21 anos)
Naturalidade: Limoges - França
Altura: 175 cm
Peso: 65 kg
Posição: Extremo
Clube: Montpellier HSC - França
Nº Camisola: 18



Os dois anos na academia de Châteauroux tornaram-se bastante produtivos e como tal o Montpellier decidiu resgatá-lo em 2004 para as suas escolas. Em duas épocas, Aït-Fana comprovou o seu estatuto de craque, e a 12 de Maio de 2006 (com 17 anos) já se estreava com a camisola sénior do clube - na altura da Ligue 2.

Nas temporadas que se seguiram, a importância do jovem na equipa principal foi-se tornando cada vez mais evidente. Apesar de ser alvo de algumas críticas por parte do técnico Rolland Courbis, que lhe pedia mais empenho e mais regularidade, Aït-Fana espalhou magia pelo campo, principalmente na época 2008/2009, na qual foi determinante para a promoção da equipa à Ligue 1, ao apontar seis golos, e que lhe valeu a prorrogação do contrato até 2012.

Na sua primeira temporada com o Montpellier no escalão principal, Aït-Fana tornou-se numa das grandes revelações da liga, aproveitando a confiança que lhe foi dada pelo novo técnico René Girard, um treinador conhecido pelo lançamento de jovens talentos, e que já havia trabalhado com o franco-marroquino nas selecções francesas. No decorrer das jornadas, o Montpellier foi subindo a passos largos na tabela classificativa, tirando proveito da excelente forma de vários dos seus jogadores, principalmente da tripla de ataque composta por Souleymane Camara, Victor Hugo Montaño e, claro, Karim Aït-Fana, produtores de mais de metade dos golos da equipa.

Assumindo-se como um jogador veloz e ágil, Karim tem também a facilidade de tirar cruzamentos venenosos e de flectir constantemente para o centro do terreno para rematar. Dos quatro golos que já leva na sua conta pessoal esta temporada, os que apontou frente ao Le Mans e ao Marselha foram, como se diz na gíria, “de se lhe tirar o chapéu”. Um dado curioso é o facto de Karim ser também uma espécie de talismã das vitórias, uma vez que sempre que marca o Montpellier conquista os três pontos.

A nível internacional, o jovem preteriu as selecções marroquinas e integrou os escalões gauleses por várias ocasiões, o que não impede, no entanto, de vir a representar a selecção principal africana no futuro. Dado o talento de Karim e a excelente concorrência que tem na selecção da França, adivinha-se que a selecção de Marrocos inicie um pressing ao atleta, no sentido de o convencer a defender as suas cores.

Vídeo:

Faltando cerca de um terço de campeonato, o Montepellier ocupa um surpreendente segundo lugar, não desarmando na perseguição ao campeão Bordéus. Daqui em diante só o futuro saberá o destino desta equipa e, particularmente, de Karim Aït-Fana, no entanto, e aconteça o que acontecer, já ninguém lhes tirará o mérito nem o rótulo de "revelações".
Pedro Nogueira
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João Aurélio (CD Nacional)

A polivalência de um atleta é, geralmente, uma grande vantagem quer para o treinador de uma equipa quer para o próprio jogador. Se por um lado faz com que o atleta seja uma opção regular nas opções iniciais, dada a sua versatilidade posicional, por outro permite ao treinador alterar no decorrer dos jogos o sistema táctico sem que tenha que efectuar qualquer substituição, fazendo assim uso da polivalência do jogador.

Esta conjuntura é deveras aproveitada pelo Prof. Manuel Machado, que moldou João Aurélio num autêntico "todo-o-terreno", pois se na altura da sua chegada era visto como um bom médio ala direito, o alentejano tem-se revelado um jogador multifunções, tendo em conta as várias posições que já ocupou no terreno.

Natural de Beja, João Aurélio cumpriu grande parte da sua formação em duas equipas da sua cidade natal, tendo actuado, primeiramente, no Desportivo e, posteriormente, no Despertar. No entanto, uma incursão realizada pelo Vitória de Guimarães por terras alentejanas possibilitou-lhe a mudança para a Cidade Berço, tal como já havia acontecido com o seu conterrâneo Tiago Targino, realizando os dois anos de júnior com as cores vitorianas. Terminada a formação em 2007, o conjunto de Guimarães entendeu não celebrar um contrato profissional com o atleta, dado não estar muito interessado em pagar os direitos de formação aos dois clubes alentejanos.



Nome: João Miguel Coimbra Aurélio
Nascimento: 17/08/1988 (21 anos)
Naturalidade: Beja
Altura: 185 cm
Peso: 75 kg
Posição: Lateral-Direito / Médio Ala Direito
Clube: CD Nacional
Nº Camisola: 23

Perante isto, o jovem preferiu seguir a velha máxima futebolística - dar um passo atrás na carreira de forma a poder dar dois em frente -, prosseguindo o seu trajecto ao serviço do Penalva do Castelo. Na turma que alinhava na II Divisão, João Aurélio ganhou uma notável dimensão por força das suas exibições, valendo-lhe a chamada à selecção nacional de sub-20 e a cobiça por parte de emblemas prestigiados como o Benfica ou o Sp. Braga.

Ainda assim, o alentejano declinaria os convites apresentados ambas as equipas, decidindo rumar ao Nacional da Madeira, na medida em que poderia jogar com maior regularidade e, desta forma, atingir maior projecção a nível nacional. Na formação madeirense, o jovem seria sujeito a uma verdadeira "revolução táctica", pois, sendo um originário médio ala direito, actuaria noutras zonas, demonstrando ainda assim uma grande eficácia em todas as suas situações.

Na sua primeira época na Liga Sagres, o português seria utilizado com alguma intermitência, não sendo uma aposta constante do seu técnico que o utilizaria com maior frequência no final da temporada. Já esta época, o jovem tem-se destacado na turma alvinegra, fazendo parte das escolhas iniciais do mister Manuel Machado e igualmente dos técnicos interinos José Augusto e Jokanovic aquando da doença do treinador principal. Esta afirmação consolidou-se logo no início da temporada com os tentos obtidos frente ao Sporting e ao Zenit, em encontros que acabariam com resultados moralizadores para os insulares.

Sendo bastante rápido e competente nas suas funções, o jovem alentejano mostra-se sempre disponível em se sacrificar em prol do colectivo, sendo muitas vezes utilizado num esquema de 3-5-2 como lateral esquerdo ou, face à ausência do capitão Patacas, como lateral direito, para além de ter já actuado, inclusivamente, como avançado.

Irmão de Luís Aurélio, jogador do Moreirense, o jovem luso mereceu igualmente a atenção do seleccionador das esperanças portuguesas, que o incluiu no lote de atletas que representaram Portugal no Torneio de Toulon em 2009. As suas prestações iam agradando aos responsáveis federativos, acabando por ser convocado para a selecção de sub-21, estreando-se da melhor maneira com a obtenção de um golo frente à Lituânia, em encontro relativo à fase de qualificação do Europeu da categoria.

Com a boa prestação do Nacional na Liga Europa, os atletas da turma insular ganharam mais valorização e maior reconhecimento internacional, tendo inclusive alguns deles dado o salto para equipas mais ambiciosas. Tomando como exemplo os seus antigos companheiros Nenê e Rúben Micael, também eles apostas pessoais de Manuel Machado, o jovem tem todas as possibilidades de deixar em breve a Madeira e de singrar numa equipa com outros pergaminhos europeus, como de resto tem acontecido com o actual jogador do FC Porto. Assim, João Aurélio tentará dar sequência à boa réplica que vem preconizando, com o intuito de poder cumprir um objectivo comum a todos os futebolistas.

Filipe Jesus
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Sotiris Ninis (Panathinaikos FC)


Na Grécia brilha um jogador de descendência albanesa, que encanta os gramados do país defendendo as cores do Panathinaikos, que dá pelo nome de Sotiris Ninis. Ao lado de grandes nomes como o de Djibril Cissé, Leto, Karagounis ou Katsouranis, o greco-albanês entrou recentemente na lista de Promessas para 2010, numa votação levada a cabo pela prestigiada revista France Football.

Nascido em Himare (Albânia), o jovem naturalizou-se grego após ter chegado às camadas jovens do Panathinaikos, no ano 2004, proveniente das escolas do Apollon Smyrnis. Em finais de 2006, os dirigentes do Pana ofereceram-lhe um contrato de cinco anos, e duas semanas volvidas, o técnico principal do emblema grego, Victor Muñoz, chamou-o para integrar a equipa sénior. Ninis viria a tornar-se no jogador mais novo - 16 anos - a vestir a camisola do clube, e entretanto, uns dias mais tarde, rejeitava uma chamada à selecção da Albânia.



Nome: Sotiris Ninis
Nascimento: 03/04/1990 (19 anos)
Naturalidade: Himare – Albânia
Altura: 173 cm
Peso: 68 kg
Posição: Médio-Centro / Médio-Direito
Clube: Panathinaikos FC - Grécia
Nº Camisola: 7



Em termos de representação de selecções, o jovem médio integrou o lote de futebolistas da selecção grega de sub-19, no Europeu de 2007, na Áustria, no qual saiu-se muitíssimo bem, sendo um dos escolhidos a integrar o melhor onze da prova, colocando-se na posição de médio-direito, apesar de, por norma, actuar na zona central do meio-campo. A sua estreia oficial pela Selecção A da Grécia foi no dia 16 de Maio de 2008, num amigável frente ao Chipre, tornando-se desde então uma presença regular nas contas de Otto Rehhagel.

Em Fevereiro de 2007, a jovem pérola ajudou o Panathinaikos a derrotar o AEK de Atenas (4-1), fazendo uma magnífica exibição. Marcador de um dos golos do triunfo, o jovem viria ainda a fazer duas assistências, tornando-se no grande destaque da partida. No final da temporada, decerto um dos picos mais altos da sua carreira: assinou contrato profissional com o emblema alviverde. Na época 2007/2008, foi um período de tempo para o jovem jogador nunca mais recordar, devido a graves lesões. Quando recuperou, José Peseiro - treinador do Panathinaikos na altura -, colocou-o de fora o resto da temporada, gerando muita contestação entre simpatizantes e adeptos do clube em torno de si.

Na temporada seguinte, com a chegada de Ten Cate ao comando da equipa técnica, adivinhou-se desde logo que Ninis seria uma aposta válida ao longo da época, tal era o número de jogos em que havia alinhado durante a pré-época. No Verão de 2008, Ten Cate ofereceu a braçadeira de capitão a Ninis, juntamente com Gilberto Silva e Dimitris Salpigidis, tornando-se no atleta mais jovem a erguer esse mesmo cargo. No mês seguinte, o futebolista assinava por mais quatro anos, vinculando-se assim aos Greens até 2012. A renovação com os dirigentes gregos não foi por menos, já que AC Milan, AS Roma, Schalke 04, Chelsea, Real Madrid, Arsenal e Manchester United estavam de olho no jovem médio de 19 anos.

Vídeo:

O seu bom toque de bola, a excelente capacidade de passe e a tremenda qualidade técnica foram os indicadores para que esta avalanche colossal tivesse disposta a contar com os seus serviços. Apesar de ser um simples médio, Ninis tem também o dom de finalizar muito bem.

Gonçalo Nuno Oliveira
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Nicklas Bendtner (Arsenal FC)

Neste post trago-vos uma jovem promessa que se tornou conhecida dos portugueses pelos piores motivos. Foi o talento de Nicklas Bendtner que obrigou a selecção portuguesa a correr atrás do prejuízo no apuramento para o Mundial de 2010. Os golos do jovem avançado dinamarquês no 2-3 caseiro que sofremos de forma inesperada e no precioso empate a um golo na Dinamarca, obrigaram Portugal a lutar até ao último segundo para garantir a obrigatória presença na África do Sul. No entanto, não é este o principal motivo pelo qual decidi falar-vos de Bendtner.

Com a frente de ataque completamente desfalcada - Arshavin, Eduardo, Carlos Vela e Van Persie estão lesionados -, Arsène Wenger irá entregar nos próximos encontros o lugar de ponta-de-lança a este jovem jogador. Na temporada transacta, Nicklas Bendtner já mostrou estar à altura de tamanha responsabilidade ao assegurar as despesas atacantes dos Gunners com sucesso durante várias partidas, no entanto esta época o cenário é outro. O Arsenal ainda se mostra interessado pelo título e poderá aproveitar um deslize do Manchester United no terreno do Everton, que regressou recentemente à sua melhor forma. Assim, as expectativas em torno de Bendtner são altas e não há espaço para falhar.



Nome: Nicklas Bendtner
Nascimento: 16-01-1988 (22 anos)
Naturalidade: Copenhaga - Dinamarca
Altura: 191 cm
Peso: 83 kg
Posição: Ponta-de-Lança
Clube: Arsenal FC - Inglaterra
Nº Camisola: 52



Nascido na desenvolvida cidade de Copenhaga, capital dinamarquesa, Nicklas Bendtner começou a dar nas vistas no B.93 e no Copenhaga, dois clubes importantes da região. No entanto, foram as exibições ao serviço dos últimos que despertaram a atenção do Arsenal, clube que raramente deixa escapar a oportunidade de incluir nas suas fileiras potenciais talentos do futebol mundial. Assim, antes de se tranferir para o clube de Londres no verão de 2004, Bendtner despediu-se da Dinamarca da melhor forma, ao apontar quatro golos em seis jogos pelas camadas jovens da selecção escandinava.

Nas reservas do Arsenal, o jovem jogador começou por dar nas vistas logo que chegou, ao fazer uma perigosa dupla atacante com Arturo Lupoli, jogador italiano que actualmente representa o modesto Ascoli. A sua estreia pelo plantel senior da formação londrina deu-se a 25 de Outubro de 2005, numa partida da Taça da Liga frente ao Sunderland.

Na temporada de 2006/2007, Arsène Wenger decidiu que a melhor forma de desenvolver as capacidades do jovem avançado seria emprestá-lo. O clube de destino foi o Birmingham City, equipa que apostou forte na subida à Premier League nessa época. Bendtner marcou o golo da vitória da sua equipa logo na sua estreia, frente ao Colchester United e revelou-se fundamental para concretizar em realidade a subida do Birmingham - marcou 11 golos em 42 jogos -, que na temporada seguinte competiu no principal escalão inglês.

De regresso ao Arsenal, Nicklas Bendtner foi finalmente incluído a tempo inteiro nos trabalhos do plantel senior. O seu primeiro golo na Premier League foi marcado frente ao Tottenham, um dos grandes rivais londrinos dos Gunners, correspondendo da melhor forma a um canto marcado por Cesc Fàbregas. Na Liga dos Campeões, o primeiro golo do jovem dinamarquês foi frente ao Slavia de Praga, numa goleada de 7-0 que o Arsenal impôs aos checos. Durante essa temporada, Bendtner revelou-se importante ao fazer dupla com Emmanuel Adebayor sempre que Van Persie descansava.

Em termos internacionais, o avançado dinamarquês é uma pedra fundamental na selecção escandinava, tendo um dos seus maiores momentos de sucesso nos dois golos apontados a Portugal em outros tantos jogos, no apuramento para o Mundial da África do Sul a realizar-se este ano. Em 16 de Agosto de 2006, apenas com 18 anos, Bendtner estreou-se pela selecção principal do seu país, numa partida amigável frente à Polónia. Nesse encontro, marcou também o seu primeiro golo oficial com a camisola da selecção AA dinamarquesa. Na temporada de 2008/2009, devido em grande parte às exibições na sua selecção, Nicklas Bendtner ganhou o prémio para melhor jogador dinamarquês do ano.

Vídeo:

A recente temporada não começou da melhor forma para a jovem promessa, ao parar durante algum tempo devido a uma lesão, no entanto estou convicto que o melhor ainda estará para vir. Ao realizar as últimas partidas frente ao Liverpool e ao FC Porto, Bendtner mostrou que a lesão já faz parte do passado e que está pronto para voltar a dar o seu contributo ao plantel do Arsenal. No jogo caseiro de amanhã frente ao Sunderland, o jovem dinamarquês terá uma oportunidade de ouro para voltar aos golos e afirmar-se como um jogador a ter em conta na equipa principal de Arsène Wenger, pois a capacidade física e o poderoso jogo de cabeça do avançado dinamarquês são únicas no plantel do Arsenal.

Bruno Tomé
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Bosson Romaric (SC Freamunde)


Embora se trate de uma divisão de segundo plano, a Liga Vitalis é um campeonato recheado de grandes jogadores, muitos deles ainda muito jovens e com um grande futuro à sua frente. Apesar das suas tenras idades e de alguma falta de experiência, muitos destes atletas assumiram-se já como peças basilares na estrutura das suas equipas, tendo feito até então uma época bastante interessante. Algumas dessas promessas já aqui mereceram destaque, e desta feita apresentar-vos-ei uma outra bastante talentosa a emergir no Freamunde. Refiro-me a Bosson Romaric, um jovem defesa-central que tem merecido muitos elogios, sobretudo pelos adeptos do clube, e com potencial de sobra para actuar no principal escalão nacional.

Nascido no sul da Costa do Marfim, em Abidjan, Romaric iniciou a sua carreira no OC Flamant, um clube local, passando depois pelo USC Bassam, até ingressar no Stella Club d’Adjamé em 2006. Neste histórico clube costa-marfinense, o jovem viria a revelar-se como um jogador promissor e um verdadeiro líder dentro de campo, capitaneando inclusive a selecção que representou o país no Campeonato Africano de Sub-20 em 2007.

O crescimento do jovem ia sendo acompanhado por vários clubes, e na época 2007/2008 a Europa chamou por ele, acabando por se movimentar para o norte de Portugal, para o Desportivo de Chaves, que na altura militava na 2ª Divisão Nacional.



Nome: Bosson Kablan Romaric
Nascimento: 12/04/1988 (21 anos)
Naturalidade: Abidjan - Costa do Marfim
Altura: 182 cm
Peso: -
Posição: Defesa-Central
Clube: SC Freamunde
Nº Camisola: 15


A sua primeira experiência europeia viria, no entanto, a tornar-se um pesadelo, uma vez que a fractura do perónio logo na sua primeira época ao serviço dos trasmontanos impediria o jovem de se afirmar no clube e de dar o salto para um campeonato mais vistoso. Nas duas épocas com o emblema flaviense ao peito, Romaric viria a ser alvo de duas intervenções cirúrgicas, o que apenas lhe permitiu participar em três partidas, impossibilitando-lhe de demonstrar o seu verdadeiro valor.

O jovem atravessava assim uma fase muito difícil da sua vida, parecendo que a sua carreira, deveras prometedora, se estava a desmoronar por completo. Foi então que no defeso da corrente época, o Freamunde decidiu apostar nos seus serviços. Apesar da pouca utilização no Chaves, os adeptos freamundenses estavam desejosos para ver o internacional costa-marfinense, e se dúvidas existiam quanto ao seu valor, logo se dissiparam aquando das suas primeiras prestações. Rápido, inteligente e com um bom toque de bola, o jovem defesa-central convenceu, desde logo, os adeptos, bem como o técnico Jorge Regadas que lhe concedeu a titularidade na equipa.

O seu grande handicap talvez seja mesmo o seu porte atlético, que o impede de ir ao choque com avançados mais possantes, mas que em contrapartida lhe concede uma maior agilidade da qual faz uso para recuperar imensas bolas com permanentes antecipações aos seus adversários. Apesar de ser um jogador baixo, o costa-marfinense tem também o hábito de ganhar várias bolas nas alturas a atletas consideravelmente mais altos, fruto da sua grande capacidade de elevação e do seu bom jogo de cabeça.

Em 19 jornadas já decorridas, o camisola 15 apenas falhou quatro partidas, ora por castigo, ora por lesão, o que demonstra a importância que o atleta tem na equipa da Terra dos Capões. A sua polivalência é outra característica que o favorece, sendo que até ao momento já desempenhou funções como lateral-direito e como médio-defensivo… e diga-se, em nenhuma delas baixou de rendimento.

Com apenas 21 anos e com uma grande margem de progressão, Romaric demonstra ter talento suficiente para singrar num clube com outras aspirações, podendo render bom dinheiro aos capões. Se tudo correr bem na carreira do jovem, e se as lesões não o perseguirem novamente, é bem provável que estejamos perante um jogador que ainda dará muito que falar…

Pedro Nogueira
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Van der Wiel (AFC Ajax)

Como já foi aqui referido em alguns posts, a formação de jovens atletas é cada vez mais um recurso utilizado pelos clubes com o intuito de reduzir despesas face aos tempos conturbados que vivemos em termos económicos.

No entanto, esta política de aproveitamento dos escalões de base é já um hábito recorrentemente usado pelo Ajax, que, tendo porventura as melhores escolas a nível internacional, já forneceu para o mundo do futebol nomes categóricos como Marco van Basten, Dennis Bergkamp, ou mais recentemente Rafael van der Vaart e Wesley Sneijder. Assim, e tendo em conta toda a qualidade produzida pela formação de Amesterdão, não é de admirar o facto de a aposta em Gregory van der Wiel esteja a dar cartas, tornando-o numa das principais esperanças do futebol holandês.

Lateral direito de estilo moderno, apoiando de forma constante o sector ofensivo, o jovem teve o primeiro contacto com o futebol nas camadas jovens do Ajax, alimentando o sonho de atingir a glória dos atletas já aqui mencionados provenientes das escolas do clube holandês. No entanto, a mudança dos pais para outra cidade quase traía o desejo de Gregory, que acabaria por continuar a jogar pelo Haarlem, uma equipa de nível incomparativamente inferior à formação da capital dos Países Baixos.



Nome: Gregory Van der Wiel
Nascimento: 03-02-1988 (22 anos)
Naturalidade: Amesterdão - Holanda
Altura: 172 cm
Peso: 69 kg
Posição: Defesa-Direito
Clube: AFC Ajax - Holanda
Nº Camisola: 2



Contudo, passados dois anos o seu talento poderia ser novamente exibido ao serviço do Ajax, num regresso muito saudado pelos responsáveis do clube dado o seu enorme valor. Assim, seria no colosso holandês que o jovem se estrearia nas lides profissionais numa vitória alcançada frente ao Twente em Março de 2007, acabando por ter aparições esporádicas que lhe permitiram consolidar-se no plantel principal.

Posto isto, Gregory explodiria na temporada transacta sob orientação de Van Basten, que decidiu adaptar o até então defesa central a lateral direito por entender que a sua baixa estatura física poderia ser um inconveniente para o eixo defensivo, por contraponto com a sua fantástica velocidade que seria útil para a sua nova posição. O jovem não se mostrou incomodado com esta mudança, sendo mesmo um dos elementos fundamentais no esquema do técnico pois a sua grande vocação ofensiva e as suas portentosas arrancadas explosivas pelo corredor direito concederam à equipa uma profundidade de jogo admirável, possibilitando assim criar grandes desequilíbrios nas defensivas adversárias.

Assim, no final da temporada o seu meritoso trabalho em prol do colectivo seria coroado com a atribuição do prémio "Talento do Ano" pelo clube e com uma comparação feita pela imprensa internacional a Maicon e Daniel Alves, dado o seu estilo de jogo se assemelhar bastante ao dos dois fantásticos laterais brasileiros.

A alteração no comando técnico registada esta época com a entrada de Martin Jol não afectou o rendimento do lateral, que se tem evidenciado também pelo aumento do seu score pessoal, tendo obtido três golos fruto do seu forte pendor ofensivo.

A nível de selecções, o holandês participou em 2007 no Torneio de Toulon, onde a "laranja mecânica" seria eliminada sem grande brilhantismo. Ainda assim, as suas prestações no emblema de Amesterdão encantaram o seleccionador principal holandês que haveria de possibilitar a estreia de Gregory no encontro amigável frente à Tunísia. A sua primeira partida de carácter competitivo ao serviço da selecção A aconteceria na vitória frente à Escócia, na fase de qualificação para o Mundial, na qual o lateral viria a conseguir uma boa exibição.

Vídeo:

Conceituado pelas admiráveis incursões pelo flanco destro, o jovem está na órbita de alguns clubes poderosos europeus que terão a intenção de ver de forma mais detalhada as qualidades do lateral na África do Sul, dado que este terá as portas "escancaradas" para participar na maior competição no mundo futebolístico, ambicionando assim tornar-se uma grande referência na lateral direita holandesa, algo de que a selecção nunca dispôs, contrariamente aquilo que se verificava noutras posições, onde abundavam enormes talentos futebolísticos.

Filipe Jesus
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Reimond Manco (PSV Eindhoven / Club Juan Aurich de Chiclayo)


Apesar de neste momento não estar a actuar na Europa, dedico este post a Reimond Manco, actualmente no Juan Aurich do Perú, por empréstimo do PSV. Este é mais um daqueles step-overs que usa (e abusa) da finta, e seguramente, um jovem que ainda tem muito talento para demonstrar.

Descendente de uma família bastante humilde, sem grande poder financeiro, Manco nasceu nos bairros pobres de Lima. Aos dois anos emigrou para a Venezuela com os seus pais devido a problemas económicos, e mais tarde, aos oito anos, regressou à sua terra natal.

Iniciou-se na Academia de Cantolao, onde se destacou no seu escalão. Em 2004, o Alianza Lima assegurou a sua aquisição, mas foi em 2007 que emergiu a sua imensa capacidade futebolística. Ao serviço da sua nação, o jovem peruano esteve em evidência no campeonato sul-americano de sub-17, onde no final da prova foi condecorado como o melhor jogador da competição, à frente de outros grandes nomes como o de Lulinha, garantindo também a passagem da sua selecção ao mundial da Coreia de sub-17. No mesmo ano, estreou-se pelo Alianza Lima, sendo eleito o jogador revelação do ano da Liga Peruana.



Nome: Reimond Orángel Manco Albarracín
Nascimento: 26/08/1990 (19 anos)
Naturalidade: Lima – Perú
Altura: 172 cm
Peso: 62 kg
Posição: Médio-Ofensivo / Avançado
Clube: Club Juan Aurich de Chiclayo (Emprestado pelo PSV Eindhoven) – Perú
Nº Camisola: 27



Depois das suas fantásticas exibições, “choveram” propostas dos mais mediáticos clubes europeus. Barcelona, Real Madrid, Chelsea, Liverpool, Manchester United, Inter de Milão e Werder Bremen pretendiam assegurar a contratação do jovem prodígio, mas foi o PSV que venceu esta “guerrilha”. Em princípios de 2008 o emblema holandês anunciou a sua transferência para Eidhoven, que se veio apenas a consumar no início da época 2008/2009, tendo o jogador assinado um contrato válido por cinco temporadas. O jovem de 19 anos ficou com a camisola 17, que pertencia ao seu compatriota Jefferson Farfán, que entretanto foi vendido aos alemães do Schalke 04.

No entanto, apesar de o jovem médio marcar num amigável frente ao Newcastle United no início da temporada e ter sido um elemento fundamental no empate contra o Heereveen (2-2), quando a sua equipa perdia por 2-0, rumou para o Willem II – também da 1ª divisão holandesa – a título de empréstimo, de modo a adaptar-se ao futebol europeu.

No PSV apenas realizou três jogos, contabilizando uma assistência, acabando por ingressar no Willem, onde também acabou por jogar pouco, devido a uma grave lesão.

Já nesta temporada, no mercado de Inverno, Manco voltaria a ser cedido, regressando ao seu país de origem, para jogar com as cores do Juan Aurich. Ao momento, a pérola sul-americana tem sido decisiva nos embates para a Copa Libertadores – o equivalente à Liga dos Campeões –, deixando a “torcida” do emblema peruano bastante satisfeita com o seu rendimento.

Vídeo:

Muitas vezes comparado com Lionel Messi, devido às suas características físicas, Reimond Manco é um jogador bastante polivalente, podendo actuar em qualquer zona do meio-campo ofensivo – seja na esquerda, na direita ou no centro – e também como segundo avançado. Dotado de imensa capacidade técnica e portador de uma espantosa velocidade, caso se adapte ao futebol do velho continente, é capaz de se tornar num futebolista destinado a “brilhar” em grandes palcos do desporto rei.

Gonçalo Nuno Oliveira
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Gareth Bale (Tottenham Hotspur FC)

A data escolhida para a realização da Taça das Nações Africanas - mês de Janeiro - revela-se um problema para inúmeros clubes que se vêm forçados a refazer os seus desenhos tácticos. Mas para alguns jogadores, esta competição é uma grande oportunidade para tentarem ganhar ou recuperar o seu lugar nas respectivas equipas.

Gareth Bale, promissor lateral-esquerdo do Tottenham, viu-se forçado a ceder o seu lugar ao camaronês Benoît Assou-Ekotto por conta de uma grave lesão num dos seus joelhos, que o obrigou a parar durante largos meses, afastando-o da equipa principal dos Spurs por definitivo. A ausência do internacional camaronês, conjugada com a recuperação de Gareth, vieram dar ao defesa galês uma nova oportunidade de impressionar Harry Redknapp. Até agora, as indicações têm sido óptimas e o regresso de Assou-Ekotto não significou a sua titularidade na visita ao terreno do Birmingham na última jornada, onde Gareth Bale foi considerado o melhor jogador em campo.

Nascido na bela cidade de Cardiff, capital do País de Gales, Gareth Bale cedo deu nas vistas devido à sua velocidade e ao seu portentoso pé esquerdo, que conseguia impressionar até o mais casmurro dos observadores. Aos nove anos de idade, o Southampton esbarrou-se com o talento do jovem Gareth e não teve coragem para o ignorar. Pôs o jogador à prova na sua academia satélite em Bath e pouco depois assegurou a contratação do jovem prodígio.



Nome: Gareth Frank Bale
Nascimento: 16/07/1989 (20 anos)
Naturalidade: Cardiff - País de Gales
Altura: 183 cm
Peso: 74 kg
Posição: Defesa-Esquerdo
Clube: Tottenham Hotspur FC - Inglaterra
Nº Camisola: 3



Apenas com 16 anos e 275 dias, o lateral-esquerdo estreou-se pela formação dos The Saints, num jogo contra o Millwall, tornando-se no segundo jogador mais jovem de sempre a jogar pelo Southampton, feito apenas ultrapassado por Theo Walcott, atleta do Arsenal. Em 6 de Agosto de 2006, Bale marcou o seu primeiro golo na Premiership, pouco depois de fazer 17 anos de idade.

Em 25 de Maio de 2007, o prodígio galês foi assediado pelo Tottenham, um dos clubes com maior poderio financeiro do campeonato inglês. O modesto Southampton não poderia ignorar este precioso encaixe financeiro e largou-o por 5 milhões de libras, valor que tinha a possibilidade de subir até 10 milhões, conforme a performance do atleta no seu novo clube.

Já no gigante de Londres, Gareth Bale não se amedrontou e logo ao segundo jogo com a camisola branca do seu novo clube, facturou o seu primeiro golo, num empate a três golos com o Fulham. Pouco tempo depois, no derby do Norte de Londres frente ao Arsenal, Bale voltaria a marcar, num livre irrepreensivelmente executado à entrada da área. No entanto, o seu início quase perfeito ficou comprometido com uma grave lesão nos ligamentos do joelho, causada por Fabrice Muamba, num jogo frente ao Birmingham City, ficando afastado do que restava da temporada 2007/2008.

Na selecção do País de Gales, Gareth Bale tem um lugar cativo, ocupando imponentemente o corredor defensivo esquerdo da equipa. A sua estreia oficial deu-se em 27 de Maio de 2006, numa partida frente à Trinidade e Tobago, tornando-se no jgador mais jovem de sempre a alinhar com as cores do seu país, apenas com 16 anos e 315 dias.

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Com o seu regresso à competição, a jovem promessa do País de Gales tem aos 20 anos de idade uma segunda oportunidade para provar o seu mais que reconhecido valor na formação dos Spurs. Como observador e adepto do futebol inglês e dos novos valores que despontam na Premier League, posso afirmar com convicção que caso Gareth Bale não se volte a ressentir do seu joelho, Benoît Assou-Ekotto será um futuro regular frequentador dos bancos de suplentes dos estádios por onde o Tottenham jogar...

Bruno Tomé
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