terça-feira, 2 de abril de 2013

Entrevista a Serginho

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O Beira-Mar luta desesperadamente pela manutenção e Serginho (ver artigo) é uma das esperanças dos responsáveis aveirenses para tirar o clube da linha de água. Em entrevista exclusiva ao Rumo ao Estrelato, o médio ofensivo fala do seu percurso no clube auri-negro e da sua passagem pouco feliz pela formação do FC Porto. O camisola 10 mostra ainda um orgulho enorme quando se evoca o Mundial de sub-20, em 2011, que contou com uma excelente prestação da "Geração Coragem". O jovem não se esqueceu do seu primeiro clube e da importância do técnico Porfírio Amorim e do médio Tiago para a sua carreira.



RE – O CD Trofense foi o seu primeiro clube. Como apareceu o futebol na sua vida?

S - O futebol apareceu na minha vida através de um amigo que jogava no CD Trofense que, juntamente com o seu pai, que era director do clube, me convidaram para ir treinar. Eu fui, eles gostaram de mim e acabei por ficar lá e começar a levar o futebol de uma forma mais séria.


RE - Aos 14 anos, mudou-se para o FC Porto. Como surgiu a hipótese de representar a equipa portista?

S - A oportunidade de jogar no FC Porto surgiu ao fim de dois/três anos de insistência dos responsáveis para me mudar para lá. Nas primeiras vezes, o meu pai não me deixou porque era muito novo, mas aos 14 anos acabou por mudar de ideias.


RE - Regressou ao CD Trofense em 2008 já com idade de júnior. Quais as razões para não ter vingado no FC Porto?

S - Regressei ao Trofense, por empréstimo do Porto, nos juniores. Nesta altura, o FC Porto pretendia que fosse para o Leixões, mas eu não queria nem tinha possibilidades para ir para lá. Após chegar a um entendimento, o FC Porto deixou-me ir para o Trofense. Na segunda época de júnior, o meu contrato com o FC Porto tinha acabado e o Trofense propôs-me um contrato e eu preferi ficar.


RE - Fez duas temporadas de bom nível nos juniores e, por isso, foi premiado com a inclusão no plantel sénior. Como reagiu quando soube da notícia?

S - Sim, fiz 2 épocas boas nos juniores e isso, sem dúvida, foi uma ajuda muito importante para chegar aos seniores. Quando soube da notícia fiquei muito contente, pois estava a realizar um sonho.















RE - Apesar de constituir surpresa para alguns adeptos, foi quase sempre primeira opção do técnico Porfírio Amorim. Sentia que já estava preparado para se afirmar no futebol nacional?

S - Desde o primeiro dia que tive nos seniores que trabalhei para jogar. Felizmente, o treinador reconheceu o meu trabalho e pôs-me a jogar e as coisas acabaram por correr bem e fui muitas vezes titular.


RE - Afirmou que o seu colega Tiago (antigo jogador do FC Porto e U. Leiria) era o seu pai no futebol. Foi uma pessoa especial para o seu crescimento enquanto jogador?

S - Sim, sem dúvida. O Tiago foi como um pai, ajudou-me muito em tudo. Ainda hoje mantemos o contacto e ele aconselha-me.


RE – O CD Trofense ficou a um ponto do regresso à Liga ZON Sagres. O que faltou para subir de divisão?

S - Acho que acabou por nos faltar sorte.


RE – A magnífica época levou o seleccionador Ilídio Vale a convocá-lo para o inesquecível Mundial de sub-20. Qual foi o segredo para a excelente campanha da “Geração Coragem”?

S - O principal segredo foi a união. Desde o primeiro dia de estágio mostrámos grande entreajuda.


RE – O Beira-Mar acabou por o contratar no início da época passada. Como avalia o seu ano de estreia no escalão principal?

S - Foi um ano positivo, pois consegui estrear-me na Primeira Liga. Joguei com regularidade, marquei e conseguimos a manutenção.
















RE – Ainda com Ulisses Morais como técnico, atingiu o estatuto de indiscutível apenas a meio desta temporada e as vitórias começaram a surgir. Sente que foi importante para a recuperação do clube na tabela classificativa nesse período?


S - Todos os jogadores são importantes e todos trabalhamos para jogar. Comecei a época a titular e, depois, saí da equipa por opção. Acabei por regressar e fico feliz por ajudar a equipa.


RE – O Beira-Mar tem sido elogiado pela aposta que tem feito em jogadores portugueses. Julga ser um exemplo a seguir pelos restantes clubes nacionais?

S - Sim, o Beira-Mar é um exemplo em termos de aposta em jogadores portugueses. É pena nem todos os clubes optarem por esta política.


RE – Considera Costinha um técnico com possibilidades de singrar à imagem do que aconteceu como jogador?

S - Sim, sem dúvida. Tem uma ambição muito grande e uma vontade de vencer muito forte. Depois tem o conhecimento do futebol como jogador de alto nível e isso faz com que tenha tudo para singrar.


RE – Descreva-nos o Serginho enquanto jogador.

S – Sou sobretudo uma pessoa apaixonada pelo que faz.


RE – Na sua opinião, quais as principais promessas que poderão despontar futuramente?

S – Destaco Abel Camará, André Almeida e Salvador Agra.


RE – Uma opinião sobre o Rumo ao Estrelato.

S - Muito bom. É de louvar iniciativas como estas, que ajudam a entender melhor o futebol nacional.


RE – Partilhe um episódio da sua carreira que jamais esquecerá.

S – Tenho muitos momentos que jamais esquecerei. Mas o dia anterior ao meu primeiro jogo pelo Trofense foi, talvez, o mais marcante. Estava em casa a descansar e de repente o telefone tocou. Era o mister Porfírio Amorim, e a primeira coisa que ele me disse foi: Estás preparado para jogar? Eu fiquei com uma sensação muito boa dentro de mim.





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